O primeiro híbrido confirmado de cachorro e raposa descoberto na natureza no mundo é brasileiro! E pesquisadores afirmam que o animal, encontrado no Brasil, tinha características de ambas as espécies, mas apresentava um comportamento estranho, semelhante aos dois.
O filme da Disney, “O Cão e a Raposa”, já fnos alertava da amigos improvável desses dois canídeos. Surpreendentemente, essa amizade pode ter sido um tanto quanto colorida na vida real!
Esse canino de aparência peculiar foi encontrado após ser atropelado por um carro na região de Vacaria em 2021.
O animal foi cuidado no hospital veterinário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se recuperou completamente e foi transferido para um centro de conservação chamado Mantenedouro São Braz na cidade de Santa Maria.

O transporte do animal raro foi organizado pelo governo da região. E ela morreu este ano de causas desconhecidas.
Dogxim é considerado único por ser o primeiro caso de hibridização entre raposa-pampas e cachorro doméstico. Além do primeiro caso de hibridização entre cachorros e canídeos selvagens na América do Sul.

O Dogxim brasuca
Características físicas incomuns, incluindo algumas semelhantes às de cachorro e outras às de raposa, despertaram o interesse de cientistas de universidades locais, que analisaram seus genes.
O animal de orelhas pontiagudas e pelagem negra exibia características “incomuns”, não parecendo nem completamente selvagem nem inteiramente doméstico.
“Ele não era tão dócil quanto um cachorro, mas também não apresentava a agressividade esperada de um canídeo selvagem quando manuseado”, disse Flávia Ferrari em entrevista ao portal The Telegraph.
Apesar de seu medo aparente de humanos, o dogxim permitiu que algumas pessoas se aproximassem ao longo do tempo, desde que fossem cautelosas e calmas. E em alguns momentos, até permitiu que fosse acariciado, também interagindo e às vezes até brincando com brinquedos.
O Hibrido de cahorro e raposa tem a mesma estrutura de um cachorro de porte médio, orelhas grandes e pontiagudas, focinho comprido com nariz preto como carvão e olhos castanhos salientes, inseridos em um denso pelo preto-marrom e áspero com manchas de branco e cinza por toda parte..

O jovem canídeo selvagem foi chamado de “graxorra” e “dogxim” por cuidadores e pesquisadores.
O primeiro nome é uma combinação de “grax”, de graxaim-do-campo, o nome comum em português para a raposa-pampas, e “orra” de “cachorra”, que significa fêmea de cachorro em português. E “dogxim”, uma fusão de “dog”, cachorro em inglês e “xim”, como mensão a epécie de raposa.
O dogxim tinha características de cachorro e raposa, e também se comportava de maneira estranha, semelhante a ambos, observou a equipe. Ele recusava comida e comia roedores vivos. Latia como um cachorro, mas tinha um pelo espesso e escuro semelhante ao da raposa. E era cauteloso com as pessoas, mas se aproximava delas ao longo do tempo.
Como surgiu o Híbrido de Cachorro e Raposa?
Híbridos de animais são criados tanto por coerção humana quanto por acasalamentos naturais na natureza. De acordo com um estudo de 2021 publicado na revista Annals of Animal Science, cerca de 10% das espécies animais se reproduzem com outras espécies. O cruzamento normalmente acontece entre aquelas espécies que são intimamente relacionadas.

Híbridos de cachorros domésticos e outras espécies selvagens, incluindo coiotes, lobos e dingos, já foram vistos antes. No entanto, esses casos envolveram a reprodução interespecífica de animais do gênero canis.
Mas ao contrário dos casos de hibridização estudados na América do Norte, Europa e África, essa hibridização aconteceu entre espécies de gêneros distintos: lycalopex e canis.
Os animais do gênero lycalopex, que inclui a raposa-pampas, são geneticamente diferentes de cachorros e raposas europeias. O nome do gênero significa literalmente “raposa lobo”. Acredita-se que esse híbrido seja a primeira vez que um cachorro se reproduziu fora do grupo canis.
Segundo a Dra Kretschmer, embora o nome comum em inglês seja do graxaim-do-pampo seja raposa-pampas, a espécie não está intimamente relacionada às outras esepécies de raposas europeias.
Essa descoberta implica que, embora essas espécies tenham divergido cerca de 6,7 milhões de anos atrás e pertençam a gêneros diferentes, elas ainda podem produzir híbridos viáveis
A raposa-pampas está mais relacionada aos cachorros. Mesmo assim, essa hibridização ocorreu entre duas espécies que estão mais distantes filogeneticamente do que as hibridizações relatadas anteriormente em outras partes do mundo.
A criação de híbridos pode ter um impacto negativo nas populações selvagens, incluindo a transmissão de diversas doenças entre as espécies, afirmaram os pesquisadores. No entanto, a maioria dos híbridos feitos pelo homem é infértil.
E como a castração fez parte de seu tratamento, os cientistas não sabem se dogxim teria sido capaz de se reproduzir. Mas acreditam que sim, seria possível.
- Lendas e Mitos de Cães e Gatos: Explorando o Sobrenatural
- Primeiro Híbrido de Cachorro e Raposa Descoberto no Brasil: Conheça DOGXIM!
- Casos de Gatos com Gripe Aviária (H5N1) registrados na Polônia
O DNA Híbrido de Cachorro e Raposa
O Dr. Rafael Kretschmer, um citogeneticista que conduziu a análise genética, afirma não se tratar de uma nova espécie, e sim de um indivíduo híbrido entre duas espécies diferentes, apesar da diferença cromossomica entre eles.
Cientistas analisaram os genes do dogxim e encontraram 76 cromossomos. Apenas um canídeo, o lobo-guará, possui essa quantidade de cromossomos e ele se parece tão diferente do animal brasileiro recém-descoberto que os cientistas o descartaram.
Um cachorro tem 78 cromossomos e uma raposa-pampas 74, e a hibridização dos dois produziria 76 cromossomos. A equipe afirma que nenhuma outra espécie poderia produzir o cariótipo do dogxim.
O DNA mitocondrial, que é transmitidopela mãe nas cápsulas de produção de energia da célula, revelou a herança de raposa. No entanto, em outras partes do genoma, havia claramente trechos de DNA semelhantes aos de cachorro.
O Estudo Pioneiro
“Em nosso estudo, registramos o primeiro caso de hibridização entre uma espécie de canídeo selvagem e o cachorro doméstico”, disse Bruna Elenara Szynwelski, a primeira autora do estudo e doutoranda em genética e biologia molecular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao The Telegraph.
A equipe publicou suas descobertas na revista Animals e acredita que pode haver mais dogxims na natureza, sendo este indivíduo a ponta do iceberg e o único capturado e estudado.
“Nossas descobertas sugerem que este indivíduo representa um híbrido de primeira geração entre um cachorro e uma raposa-pampas”, escrevem os cientistas em seu artigo.
“Essa descoberta implica que, embora essas espécies tenham divergido cerca de 6,7 milhões de anos atrás e pertençam a gêneros diferentes, elas ainda podem produzir híbridos viáveis. São necessárias investigações adicionais para determinar a fertilidade desses híbridos.”
A atividade humana empurrou a raposa-pampas para um contato mais próximo com as pessoas e, portanto, com cachorros, aumentando a probabilidade de essas espécies se reproduzirem, afirmam os cientistas.
Permanece desconhecido com que frequência ocorre o evento de hibridização, mas a sobreposição de raposas e cachorros aumenta a chance de eles se encontrarem e se reproduzirem.
Já Conhece Nosso Canal No Youtube?

Mundo News
Nossa newsletter aprovada pela Chef Zelda e pela Gata Nami!
About the Author